Mês passado recebi uma carta da Camila, minha prima que foi criada comigo até fazer 13 anos, depois eu vim pro interior e ela ficou na cidade. Nós éramos as melhores amigas do mundo, praticamente nascemos juntas e tudo que fazíamos era juntas. Quando eu vim morar aqui choramos muito, mas juramos manter nossos princípios e nossa amizade, e quando terminássemos o ensino médio voltaríamos a morar juntas.
A carta dizia o seguinte:
“Prima querida, estou apaixonada, de coração dilacerado e grávida. Nunca precisei tanto de você.”
Te adoro e aguardo resposta!
Não sei por que, mas quando li a palavra grávida me doeu à alma. Uma menina que queria e acreditava tanto em casar virgem. Chorei, rezei, e pedi a Deus palavras pra responder aquela carta e as palavras que Ele me deu foram: Fé, pureza e castidade. Fiquei confusa, com o coração na mão em ter que falar pra ela em castidade, se agora além de não virgem e não casada, ela estava grávida e quem era eu para julgá-la?
Eu sempre acreditei que a situação faz o ladrão e que para falar que alguém ta errado tem que viver o que ele viveu. E agora me encontro nessa situação entre fazer o que é certo e fazer o que me convêm. A mesma na qual se encontra minha prima. E essas palavras dessa carta meio que brotaram do meu coração, passando pelo meu braço, descendo pela minha mão, escorrendo pelos meus dedos e saindo pelo bico da caneta:
Camila minha anjinha,
Tenha “Fé” em Deus, porque até quando nos esquecemos dEle, Ele prossegue ao nosso lado. Alcance a “Pureza” de espírito para que ela inunde o ambiente em que você vive e faça seus próximos passos mais firmes e seus tombos mais maleáveis. E por fim a virtude da “Castidade” será refletida através dos teus olhos. Porque ser casto não é ser virgem, mas sim ser puro aos olhos Daquele que nos criou.
Estou indo pra sua casa acompanhar a gestação da minha sobrinha. Amo você, se cuida!
Suellen Christian