O papai sempre me alertou sobre a intenção dos meninos da aldeia comigo. Mas ele sempre quis ser diferente. Todos os domingos, os nossos incríveis domingos, ele chegava bem cedo a minha janela, trazendo flores silvestres e um pão bem quentinho para dividirmos. Eu saia com ele e caminhávamos por dentro do bosque até uma igreja de outra aldeia que ficava a uns 15 minutos da nossa.
Ele sempre era educado, calmo e muito gentil.
Foi em um dos nossos domingos que eles nos acharam no bosque, nos acusaram de fornicadores. Eu nem sabia o que essa palavra queria dizer, mas sabia que ela gerava enforcamento.
Ele segurou a minha mão com força e disse que eu seria sua esposa. Ele gritou: “VAMOS FICAR JUNTOS, HAJA O QUE HOUVER, ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE”.
Pela primeira vez acreditei nele, pena que a morte nos separou tão cedo.
#contodasuuh
O primeiro de vários por @suellen_veloso